5 de outubro de 2010

Um recomeço

Sem desculpas
Sem remorso
Sem dúvida
Sem opinião alheia
Sem tristeza
Arrependimento
De momentos tão perfeitos
Não quero o choro
Nem os planos
Não seja a lembrança a dor
Mas aprendizado
Emoção vivida
Tão puros os dias em que cresci com
aquele que só plantou sorrisos
Da amizade a mais completa foi a tua
Dos olhos os transparentes
Os mais queridos
Eu o amo e o agradeço tanto
Todas as palavras
Os ouvidos
Não é um fim
Um recomeço independente 

Mirabolando

Segura
Medrosa
Tropeçando
Não caia eu imploro!
Eu te seguro
Te agarro firme
Sem medo
Forte
Forte
Tão forte seja que o desejo seja menor!
Minha vida venha a ser leve
Sim, eu quero, eu posso!

2 de outubro de 2010

Meu desejo é puro

Mil pedaços
Estilhaços de caminhos errados
O maior acerto é o do que tenta
Os que julgam são tantos
Quando os que tentam são alvos
Meu sonho é bom
E meu desejo é puro
Porque tantas gotas de porém alimentando meu mar de fracassos?
Pra que tanto encanto à noite dentro do sono,
Tanta vida congelada?
Pedaços do que eu quero
Com pedaços do que eu sou
Condicionados
Barrados
Esquecidos

14 de setembro de 2010

Sem pressa

Bom estar só
Sem ser só
Só mais um tão perto que não alcança
Que não fere
Nem interfere
Bom estar só
Assim, só comigo
Falar sozinha
Cantar bem alto
Deixar o tempo parar e esperar o que não tem hora
Me deixe assim
Preguiçosa
Feiosa
Sem pressa
Que a saudade aperte
E o mundo volte a exigir de mim

10 de setembro de 2010

Pulsa forte dentro de mim

De todos pedaços perfumados
Sentimentais
Todas aquelas sombras de jogos infantis
Vivo ainda aquele tempo
Roupa seca nos varais
Sol a pino
Luzes e cores dançantes
Eu pulo o muro das recoradações
Com o sol no rosto
Num salto torno a brincar
Pulo, grito, rolo na grama
Eufórica, agitada
Energia mal cabe em mim
Corro tanto
Invento, reinvento
Reino e recomeço
Entre tombos, quedas e dengos
Reclamo a tarde que chega voando
Assim como os pássaros se recolhem rápidos
Insisto
Prolongo a luz quase clara do céu
Clamo como quem clama à vida que me deixem um minuto
Um minuto infindo
Nas lembraças de dias tão bonitos
Tão livre
Despreocupada
Tão solta à purificar pela terra, poça, carrapichos
Sorrindo àquilo que não se tem
Crente num mundo grande de invenções
Agarrada em sonhos representados por mim
Nunca vivera adulto momentos tão preciosos
Nunca escalara prédios assim, com tamanha emoção
Não esperaram viagens à praias ou à grandes safaris
Nem os céus de outras nações tiveram brilho tão bonito comparado ao do imaginário
Não houveram engenheiros ou médicos veterinários que formados sentiram tanta alegria em o ser
Nem expedições vividas em sua totalidade
Não com o fervor da criança que viaja assim, sem sair do quintal
Sem tempo ruim
Sem querer mais crescer
Passaram os dias assim, como as àguas do rio
Lavaram os sonhos com desesperança
Ainda busco a criança que pulsa forte dentro de mim

26 de agosto de 2010

Não quero mais ser

Sou singular
Hoje mais que nunca
Sozinha no vendaval
Tão leve que me envolvo em seu canto agressivo
Faminto
Devastador
Na minha companhia
Converso, brigo, berro comigo
Me culpo
Feia
Tristonha
Sem braços alheios
Sem gravidade
Tão vulnerável
Sentimental
Grudada num sonho que foge pro espaço
Tão pesado é o meu coração
Antes leve como a utopia
Me amarra
Sufoca
Tão covarde ela aparece atrás de um vidro
De costumes
Pessoas
Convenções
Me mata aos poucos
Sei quem sou
Não quero mais ser

14 de agosto de 2010

Infinito

Hoje quero estar perto das coisa belas,
Das coisas leves, bonitas e perfumadas.
Quero estar perto da natureza, do conforto e do desafio
Quero buscar o que desinteressa
O novo, o justo
Hoje quero escutar, quero sentir
Quero acalmar e silenciar
Quero afastar e eliminar a turbulência de horrores
Desligar aTV
Tirar o veneno
Sorver o bem
Quero me livrar das manias
Tirar o mal da rotina
Transportar o amor
A alegria, o sonhar
Quero que o sono seja feito de nuvens
Que a fruta seja mais pura
Quero doar sem deixar de mim
Quero voar pelo infinito
Sem tirar os pés do chão
Quero que o hoje se estenda ao infinito

24 de julho de 2010

Com o coração

Se a chuva verter da terra e os olhos chorarem areia
Se o infinito acabar no jazigo
E as formigas forem extintas
Se nenhum coração congelar todo dia
Você não verá em mim valores nem pudor
Se todas as estrelas fugirem
Todo o mar perder o sal
Eu terei arrancado de mim o amor-próprio
Me custou reanimar
Empilhar os sonhos próximo ao cume da realização
Não me faça submeter
Não me faça querer te esquecer como digno
Olhe as janelas da alma
Se refletir é que ama mais a si
Me faça perfeita
Basta me ver com o coração

6 de julho de 2010

Feito de felicidade

Aceito tú oh sol da tarde
Em laços prende-me as idéias
Relaxa meus sentidos
Me aquieta
Sol que abraça feito manto
Braços de luz quentes e difusos
Traz sem licença o vital da natureza
Desbota o crú
Pinta o que é vivo
Sol, pai do respirar, do sentir e do pulsar
Ilumina minha mente
Tú que já viu toda a metade do tempo do mundo
Que ama tanto a lua há tanto tempo
Que espera, serve e não se alimenta
Confidente de si próprio
Diz-me onde está minha real alegria
Se a emoção é tão duradoura e quente quanto o amor
Se há cumplicidade entre a paixão e ele
Sublime Sol, astro-rei
Conta se viu algo verdadeiro nesse mundo
Envia-me a fórmula, as coisas e as pessoas feitas de felicidade

Seja ela

Desenhe precisamente o topo daquela árvore
Que altera os traços com o sopro do vento
Que satura suas folhas
De acordo com o segundo que prevê a mudança de luz
Encontre o foco
O foco por entre os poros do seu ar
Represente o prazer que delinia sua sombra
A pureza de sua intenção
O doar-se sem cobrar de sua benevolência
Encuta ao desenho seu perfume
A variação de sua beleza contagiante
Pinte a sua generosidade
Inclua o balanço das flores sem borrar o matiz
A suavidade da dança nas cores reais
Ainda assim, dobre os joelhos à ela
Declare o respeito em palavras restritamente tiradas do coração
Ame,
Ame com o amor que nunca conheceu tampouco ouviu falar das coisas feitas pelo homem
Desenhe só ela
Sem nunca ter desenhado coisa alguma
Sem nunca ter olhado em outra direção
Sem nunca ter sugado outro ar
Ame como simples é amar
Seja um, nunca dependente
Mútuo
Seja leve, forte e alegre
Infinito como infinita é a indescritível definição do momento
Seja ela e tenha o direito de amá-la isento de qualquer comparação

5 de julho de 2010

Se eu caminhar

Caminho na linha do teu espaço
Calculado é o traço, o abraço
A frase e mesmo o acaso
Como pensado é o riso
A fala, a verdade
Inventada é a minha manha
Minha incerteza
Minha vontade
Milimetrada, a birra
Meu capricho
A fuga do tédio
Ilimitada a utopia
Meu sonho
Meu sentimento
Sem hora marcada o meu momento

22 de maio de 2010

Vivendo em Mim

Me deixe assim
Pensando em mim
Olhando o sol
Pra me queimar
Pra alucinar
Se eu choro é de pura paixão
Se amo tanto é tanto à mim
A luz que encanta trará dor
Quando o olhar não entender
Não vou cegar
Só quero ver
E contemplar
Depois de um tempo sem calor
O mais correto é aproveitar
Se ele se for
Há algo mais por trás
Me deixe entender seu amor
Não é sua culpa o até mais

3 de maio de 2010

Simples Como Amar

Quando a simplicidade toca o coração
Só se quer viver e respirar amor
O suficiente é o que se tem
Só há tristesa se ele rejeitar
O carinho que transborda
Há ofensa se não quer dançar
Ao som do que é leve demais pro mundo
Receber a vida, silenciar
Deixar o que é frustrante escorregar
Desfrutar do sol sem pensar em queimar
Servir quem ama é servir o coração
Estar ao lado é repousar a dor
.

13 de abril de 2010

INTACTO

Eu sei
É tudo minha culpa
Não vener a dor
Não poder atuar
Se não sou forte pra guardar
É que o fiz morrer
Nem o bem compensa
Eu assumo a culpa
Sem consolo e sem tua paz
Não há mais pra onde correr
Nem cama onde chorar
Travesseiro pra gritar
Não há desejo em ti de mudar
Não há tempo nem propósito
O que vale a pena é se livrar
Eu GRITO
Você continua intacto
Imploro
Eu me ajoelho
Eu tento
Eu sou o que você foi
Numa versão impaciente
Você continua intacto
Intacto fosse o nosso amor perfeito saído dos céus
Resta à mim a loucura de quem não tem o que fazer
Você é bom demais pra mim, não?
São versos feios
Sem rima
Sem harmonia
É hoje o meu coração
Cheio de sonhos pra sonhar sozinha
Cheio de mágoas
Vazio
Solidão
De loucura, desespero por guardar
O amor que não me deixa amar

20 de março de 2010

O repetir das cenas

Diferente da fonte que jorra sempre clareza e saciedade
Jorram as palavras sujas de uma alma escura
A música tem sentido oposto ao de antes
Eu só consigo lembrar do mato e das cachoeiras
Do barco, do entardecer
Da areia, do mar sem fim
E das palavras que me olharam ontem
Um quinto de alegria
Todo o resto de penar
Se eu desfizesse em farelos
Ou nas cinzas que mostram passagens de um texto acabado
Não aguento mais meu papel no espetáculo
Quanto menos o repetir das cenas tristes

Sem direitos

Eu peço socorro
Não é à você que devo pedir
Eu quero um remédio
Venha de onde vier
Eu quero esquecer
Seja como for
Eu quero fugir sem ninguém perceber
Sem ninguém pra encontrar
Sei o quanto o fiz mal
Não me diga que não
É uma vingança
Inconsciente, eu sei
Você nunca teve culpa
Devo pagar o dobro então
Eu não quis
Não quero minha chantagem
Eu preciso vomitar todas palavras
Não há espaço mais em mim
Desejo, enfim, a solidão
O silêncio, o vazio
O curativo que não quer vencer nem tapar a ferida aberta
Que não cura nem esconde
Mas que expõe sem se importar

Contigo e sem ti não faz sentido

Não quero ser como um cárcere
Quero a tua alegria seja onde ela for
Quero teu sorriso solto
Tua paz despreocupada
Quero a tua leveza
Tua diversão
Não os quero pra mim
Não seria egoísta assim
Quando comigo tudo é preso
Passageiro
Quero que voe de encontro a alegria
A tua verdade
Doa à quem doer
Menos à você
Te quero feliz
Seja onde e como for
Seja livre para amar
Não quero a tua confusão
A tua briga consigo
Não quero mais um prisioneiro inoscente
Uma alma zumbi inconsciente
Sem sentir à entediar
Esqueça a mim para pensar
Viver contigo e sem ti não faz sentido

Choveu de repente

Deus me protege de mim
Não tenho onde ir
Não vou chorar
Nem que o onibus rode o universo
O tempo não basta
O pacto das hora com Ele
Me faz sofrer sem precisar mostrar
O choro arranha a garganta
Dói a alma e pesa o pensar
Tenho medo das palavras
Mas pesa tanto, em mim, guardar
Não há quem aninhe
Eu não posso dizer
Ainda me alegro na tua presença
Mesmo com essa indiferença
Mesmo o vendo atuar
Você vai lutar contra o sentir
Quando eu rio feito boba
Assim como uma criança
Pra te envolver e sentir teu pulsar
A vida que nasce em meu coração
Te vejo surgir e trazer minha paz
Quando a lembrança das palavras vem me assombrar
Quando eu lembro as ações sem você pra negar
Música é lembrança de tempos distantes
Eu já não sei o que fazer
Se meu poema é mais aflição
Sem cor
Sem harmonia nem som

18 de março de 2010

Fragmentos do pensar

Um pouco do pedaço de tudo
Um fragmento do pensar
Quem imagina um eu em si
Um pedaço de todo o amor
Partículas de sonho inteiro
Metade do viver pra sempre
Felicidade do querer sorrir
O choro de quem prefere a rua
Conforto é melodia
Palavra aninha mais que a cama
O sabor da vida em querer viver

8 de março de 2010

Felicidade vem depois

No fim do mar
Há um fim de mundo
Há o fim do sol
No fim de cada fim há um começo sim
Começa a noite
Esconde o azul-claro
É forte a ressaca e forte o azul de um novo céu
São fortes as lembranças do dia
Forte é a reflexão
Pesa a luz no chão
Luar é roxo
Nuvem um licor amargo
Chuva suja o meu cabelo
Leva o sal do corpo
E o gosto do ruim
Então
Passarinho canta solto
Madrugada se despede
O sol vai acordar
Noite longa foi-se embora
Pesadelo acaba
Amargo corre de mim
O calor do dia derrete a lembrança
Começa a andança
Da estrela do mar
Caminha com seus sonhos tão felizes
Num sorriso de criança eu começo a pensar
Choro de alegria sim
O pano sujo do vestido
Agora é moda
Não é mancha é jeito de vestir
A areia seca e fica fina, o peixe pula e grita:
-Olha a sereia alí!
O príncipe do mar que surge
Num cavalo azul marinho a carregar
O amor sem peso n'água
Sem culpa ele nasce puro a renovar
Construindo a nossa vida
Casa colorida
Fruta fresca no jardim
Rede é o balanço da euforia
Entendimento é melodia
Simples é o viver
Noite vem bela e delicada
Estrela formosa guarda um lugar
Onde há espaço só pra dois
Felicidade vem depois que teu sorriso aparecer

4 de março de 2010

À ESPERA

Da naturalidade
Simplicidade
Da Paz das coisas belas
Que só belas julgam os puros de coração
Não há misto de claridade e manipulação
De explicação
Não quero o mau, nem o terei
Não quero ser o que não sou, nem o serei
Devia arrepender-me do ridículo se o ridículo é o coração?
Ser feliz é a questão
Dona da palavra minha
Vou sonhar

A Nobreza De Um Sonho Sem Manipulações

Será seu sonho o mesmo que o meu?
Não há mais o que escrever
Eu me repito
Sonhos são belos e incompreensíveis demais para expô-los aqui
Cometeria um atentado à imaginação
Sonho não é viagem [apenas]
É sensibilidade que cabe a poucos encarar
Não cabe em palavras
Ditas
Mas sentidas, ouvidas de perto
Sonhos que serão sonhos se você os sentir quando eu tentar descrever
Se os sentir, não serão os mesmos que os meus, mas serão os meus
E completará as minhas frases
E o meu coração
Sem que eu ouça o que quero ou sei que vou ouvir
Mas que ouça minha voz madura ao falar
Como o espelho das vozes ocultas, prestes à libertas
Sem adivinhações, ironias ou charme deploráveis
Mas com sinceridade apenas, alma e coração...

20 de fevereiro de 2010

Segundo espetáculo

Sejamos simples
Nesse mundo suave
Belo
Azul
Eu quero rodar
E rodar
Quero cortinas rendadas
Flores de cheiro
Velas no chão
Estar alí, não aqui
Deixar o tempo parar
Basta sonhar...?
Sejamos simples
Não são os olhos que vêem 

19 de fevereiro de 2010

Agora Eu Quero

Eu quero um vestido rodado de chita
Quero rodar a gastar as solas do sapato
Sem tontear nem cair
Quero uma fita de linho rude
E um palco para jogar
Quero um tacho grande pra doce
E o poder de adoçar
Quero fogo e cetim sobre o chão
Num espetáculo de luzes quentes
Foco em cima de mim
Cabelos de terra
Quero palhaços bobos nas cochias
E um temporal no alto céu
Quero raios e trovões
Aplasos inventados
Quero o mais intenso dos espetáculos
Na platéia

Quero ver só teu olhar

A Partir

Hoje felizes são os espinhos das rosas
E as rosas sozinhas que aprendem a lutar
Feliz é o dia em que encontro meu Eu
A cor dos céus
E feliz a vista da varanda sonhada
A brisa ou o vento
Nesse frio se faz feliz
A carroceira que pede mudas de adalha
Tem suave perfume de mato
Com leve sorriso de mãe satisfeita
Feliz é o canto da casa
Envolta de pássaros e pegadas de gato
Feliz é o dia da felicidade
E bela a feliz pinpolha da casa
Realizando serviços com gosto de irmã
Feliz o chamado do pai ausente preocupado
Vendo o banho dos pássaros na poça da estrada
Feliz é o dia em que tudo, belo ou feio, é ao extremo feliz!

18 de fevereiro de 2010

Sentir

Oh meu querido penhasco sem borda!
Envolto de plumas
Impuras
E esferas
Escudo de mato
Envolto da espera...
Cachoeira, me leva
Eleva meu ar
Em águas dançantes me faz congelar

R$ 1,50


Aconteceu, to sentindo
Ta ventando, eu to dormindo
Se tocou eu to dançando
Vai correr eu ja to indo
Provocou eu to fingindo
Insistiu já to mordendo
Acredita eu não pergunto
Me enganou acaba o mundo
Confessei quando errei
Chorei meu bem
Que eu não gosto de rimar
Eu não curto esse teu jeito barato de me mimar
Sambei, mais uma vez cai, amor
No meu céu me embriaguei
Durante a chuva que você envenenou
Mas se quebrou eu não te espero
Conserto só o meu castelo
Comigo mesma eu aprendi
Se eu for morrer talvez apele
Dependência me repeli
Não tenho medo, eu já ousei
Me arrependo, mas falei
Música antiga, não foi sozinha que eu cantei

Cabelos Vermelhos

Deixe à cabeceira o valor
Do que interessa a você
Roube o quanto puder
Da cobaia maldita
Nos infernos do amor

Permaneço Igual em Mim - invejável dor

Se mudo
É que me faz mudar
Enlouqueço
Agitada em mim
Se calo
É que me faz calar
Sinto o mundo gritar o fim
Se escuto
É que me faz pensar
Perco o sono a sonhar assim
Insulto o dia da espera
E a noite estreita de voz azul
Ergo os punhos no rosto impuro
De lágrimas sujas com a afável dor
Me atrai a lembrança
Que esqueço de mim
Converso em sonhos
Seriam meus
Jogo a voz cansada à garganta enferma da alma
Eu não esqueço de pensar em ti

Parada Triste

Parar de tentar
Para parar de conseguir
E então parar de sonhar
Hoje é triste o sol
E triste é a chuva que o desenha
Triste é a vista da janela
E triste a tristeza do par de árvores
Tristes são os pássaros
Com tal ânimo de viver
Que clamam a suas esposas
Que cantem histórias tristes de amor
Triste é a briga quieta do gato
E triste a espera do cão caçador
Parar de chorar
Para parar de engolir o choro
E então parar de sonhar

17 de fevereiro de 2010

Se a leitura for calma tanto quanto infinita

O som do arco-íris está sufocado por entre a íra dos céus
Ah se o som fosse o dele!
Para que estudar a harmonia que se sente e repreende?
Por que não sentir a melodia e beber do sopro?
Ouvir o pensar e namorar o vento?
Se uma noite um sol aquecer o corpo exposto num colchão de puro cetim
Se o branco reflexo cegar os olhos da alma e calar o medo do espírito
E se a chuva cair do alto céu bem mais lenta que a pluma
O amor voltará como autêntico
Hipnotizará aninhado em leves e infindas ondas castanhas de um mar singelo
Se a leitura for calma tanto quanto infinita
O sentirá
Levitando o espírito para além do pesar...