14 de setembro de 2010

Sem pressa

Bom estar só
Sem ser só
Só mais um tão perto que não alcança
Que não fere
Nem interfere
Bom estar só
Assim, só comigo
Falar sozinha
Cantar bem alto
Deixar o tempo parar e esperar o que não tem hora
Me deixe assim
Preguiçosa
Feiosa
Sem pressa
Que a saudade aperte
E o mundo volte a exigir de mim

10 de setembro de 2010

Pulsa forte dentro de mim

De todos pedaços perfumados
Sentimentais
Todas aquelas sombras de jogos infantis
Vivo ainda aquele tempo
Roupa seca nos varais
Sol a pino
Luzes e cores dançantes
Eu pulo o muro das recoradações
Com o sol no rosto
Num salto torno a brincar
Pulo, grito, rolo na grama
Eufórica, agitada
Energia mal cabe em mim
Corro tanto
Invento, reinvento
Reino e recomeço
Entre tombos, quedas e dengos
Reclamo a tarde que chega voando
Assim como os pássaros se recolhem rápidos
Insisto
Prolongo a luz quase clara do céu
Clamo como quem clama à vida que me deixem um minuto
Um minuto infindo
Nas lembraças de dias tão bonitos
Tão livre
Despreocupada
Tão solta à purificar pela terra, poça, carrapichos
Sorrindo àquilo que não se tem
Crente num mundo grande de invenções
Agarrada em sonhos representados por mim
Nunca vivera adulto momentos tão preciosos
Nunca escalara prédios assim, com tamanha emoção
Não esperaram viagens à praias ou à grandes safaris
Nem os céus de outras nações tiveram brilho tão bonito comparado ao do imaginário
Não houveram engenheiros ou médicos veterinários que formados sentiram tanta alegria em o ser
Nem expedições vividas em sua totalidade
Não com o fervor da criança que viaja assim, sem sair do quintal
Sem tempo ruim
Sem querer mais crescer
Passaram os dias assim, como as àguas do rio
Lavaram os sonhos com desesperança
Ainda busco a criança que pulsa forte dentro de mim