29 de maio de 2011

Braços verdes

Tal qual planta a terra me agarra, e só
Tenho céu e ar
Agrada a tua calma, flor...
Atenção ao matiz!
Venha que deito em tua boca minhas cores ferozes
Ah! Tua calma flor... 
Me transborda o espírito em paz
Venha que derramo em ti a angústia presa em meus doces venenos
Basta que me beba pelos olhos
Tome parte de minha ira em teu repouso secular
Contemplo só teu descanso
Como quem rega uma saudade morta
O pó devolverá teu sonho ao meu
Teu suspiro terno habitará meu peito
Dos teus risos vivos, meu tronco seco guardará os ecos
De tua dança, amada, contará o vento

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28 de maio de 2011

À tudo

Perdoe buscar tua saudade
No amargo da garganta os tímidos olhos
Doces
Perdido no espaço o que existiu só uma vez
Tuas cores
Brancas eram as nuvens que aconteceram em mim
A tarde eu penso que esqueci
Algum lugar preso no pensamento
Impossível saber se um tempo é mesmo três
Eu sonho ainda com minha maldade
Quero poder apontar minha falta, perdoá-la
Culpar o intenso invisível dos olhos (meus)
Te encontrar como o vento encontra o sol de manhã
Pedaços meus no teu café, minha vontade
Teu esforço, minha piedade
Minta aos teus valores, ensino à ti me deixar
Tal como todas cores se tornam foscas pra sumir
Teus cadernos me vasculham os dizeres do peito
Sou todas pessoas numa, me perdoe se por hora falhar


Segunda menina

Para os teus olhos de novo
Fuja dos raios, menina!
Fuja que eles te engolirão como praga
Eu odeio toda a música!
Medo amigo, pavor
E o jogo de todas as cordas
Lar de labirintos
O ontem guarda fumaça entorpecente
Conta os mesmos segredos à ti?
Desequilibrada menina
Minha pequena fugitiva, vá embora de vez!
Que esses delírios te pertençam ainda em ilhas bem cercadas
E te dissolva o frio dos sete mares
Que um céu avermelhado te arrebente a febre
E que teus olhos sedutores ardam em tua própria vaidade!

23 de maio de 2011

Águas vivas

A grama é mais verde independente da condição
Dos olhos
Do tempo
O tempo é um e a preguiça me faz perder milênios
Você escolhe cuidar do seu lar
Abraça o mundo sem escolher
Trata de ser bom pra partir
Que são as coisas?
Que traços tem teus sentidos?
Minhas frases perdidas datam do mistério da ocasião
Festa confusa dos sonos profundos

8 de maio de 2011

Vives

Minha saudade demora a bater tua porta
Tua tristeza é tão certa que não a podes sentir quando falto
Se minha alma busca alegria lá fora, me leve arrastada aos depósitos de teu mundo
Se é que sonhas...
A força de tuas mãos é limitada, meu peso é carregado de covardias
Meu menino, não quero nada pra mim
Sou indigna de tua paz, meus olhos acompanham a lembrança de um rosto há tempos
Tome meus momentos alegres à ti, lembre que minha fraqueza é a inveja que sinto de tua etapa
Não posso lembrar que o presente me lia em calma
Me encanta e frustra esquecer quem fui quando a verdade simples me compunha
Não me és, nem me adivinhas
Meu coração tem trabalhado em flores, só
De eliminar todo anseio e mentira me resta a dor da certeza a qual trabalhei pertencer
O rosto me agita longe dos sentidos
Minha memória belisca os lábios do coração
Voz que brota trêmula
Confusão de uma saudade, rogue à ele que compense essa minha confissão

7 de maio de 2011

Todo som abstrato

A parede precisa cair lá de cima como o som abstrato sai de uma palavra feia
Não leia nenhuma vez
Da-me tua leveza e tua tranquilidade
É num muro torto que eu repouso essa noite
Revela ao teu coração teu empenho
Ao meu, tua verdade