7 de agosto de 2011

Deixou o amor solitário o poeta, para amá-la uma só vez

A tua alma de poeta amou
Amou inquieta
Por lugares sem romantismo vagou
Vagou tua calma calejada
No corpo esbelto da dor
Bailou no céu de tua boca, metade do beijo, em versos feios
Desajeitada a tua habilidade, mestre, falhou
Engolira os nervos que clamavam ao anjo
Em garganta febril de espanto, calou
Oculta nas pálpebras tua nobre vontade
Não amava o amor, a amada.
Pudera ela enxergar migalhas de um sonho
Chegasse aos ouvidos, tua informal versão
Fosse em soluços, gagueiras, verdades
Puros de peito, refeito em olhos baixos de amor
Soubesse ela trocar teus medos nos risos
Guardar-lhe os segredos no morno da face
Abraçar tua atenção
Se os olhos ciganos passassem de infeliz adorno
Adivinharia o poço deitado nas flores de tua janela embaçada
Curaria a dor de tuas lembranças vivas
Soltaria o peso do sorriso inteiro
Afogada a aflição torta em teu próprio tormento
Morreria ela, como morre certo de si o vento em noites de verão

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