Tinha a culpa de ter nascido
Sobrevivido e ter pintado
De ter colorido a morte com flores
A sorte com seus temores
Tinha culpa de fantasiar asa em papel
De ter enjaulado em nuvem horrores
Tinha culpa em dançar com os murmúrios
Culpa em encher o quarto com lápis
Em desenhar e sorver os venenos do cálice
E de prever sua sentença, ergueu a cabeça
Gritou que deixassem os olhos no ar
E aspirassem as estrelas que fazem, à noite, sonhar
Nenhum comentário:
Postar um comentário