12 de dezembro de 2011

Presa no poema, cai

Guimarães escolheu 
Do prédio mais alto para voar
O motivo mais indigno para escolher
Passou calmas horas analisando o pôr do sol
Cegou seus olhos ao cair da escuridão
Esperou mais um dia
E assim ao amanhecer
Quando os bêbados praguejavam os primeiros raios de sol
Ismália aspirou toda a beleza
Que a natureza ainda mais humana cativava do próprio olhar
Ismália não quis a lua do céu
Ismália não quis a lua do mar
Não houve tempo de chorar
Gritar ou se compungir
Havia meio caminho e Guimarães a julgou
A jogou
E entre duas escadas de espinhos azuis
Obrigou-a descer
Ismália não pôde voltar
Vôa até sempre nos versos em que ele desejava morar

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