23 de setembro de 2011

Sonhamos Notre Dame

Deixe eu voar
Só hoje, um pouco!
Pelo alto das catedrais
Qualquer estilo que não for barroco
Sem vontade
Da maior tristeza extrai-se a serenidade
No cume do esforço
Alcança os sonhos arcaicos e suas frações realizadas
Me traem todas palavras
Fantasmas ressurgem
Nem mudam a ordem da entrada
Não vale a cigana, falso encanto
Vale a mentira nos teus presságios
O sol do afresco era mero plágio

15 de setembro de 2011

Água vem, água volta sedenta

Pra plantar a alegria no peito
Não necessita esforço de braço
É prazer que se revela na calma
Quando repousa em meu calor teu abraço
Me acaricia a voz terna da alma
Desmancha em fumaça o desassossego
Já que da lama brota uma flor colorida
Do coração do ser apaixonado
Nasce uma força a mais nessa vida!
Por hora colho o maduro das ondas
Pelas árvores cheias de saudade
Nos teus olhos de doçura infinita
Reconheço o que é de verdade

13 de setembro de 2011

Qualquer artista


Tinha a culpa de ter nascido
Sobrevivido e ter pintado
De ter colorido a morte com flores 
A sorte com seus temores
Tinha culpa de fantasiar asa em papel
De ter enjaulado em nuvem horrores
Tinha culpa em dançar com os murmúrios
Culpa em encher o quarto com lápis
Em desenhar e sorver os venenos do cálice
E de prever sua sentença, ergueu a cabeça
Gritou que deixassem os olhos no ar
E aspirassem as estrelas que fazem, à noite, sonhar