10 de abril de 2011

Meu ponto de desequilíbrio

Está bem perto
Eu preciso tanto dele
Ah! Que dependência
Como eu adoro
Venho manipulando
Criando e calculando
Venho espremendo choros
Berrando canções
Eu tenho procurado tanto, mas não, você não pode saber
Porque eu quero ir embora se você aparecer
Toda vez que eu te achar eu vou te moldar
É bem você, exagerado!
Tosco, um verdadeiro encosto!
Eu quero te agredir e te agarrar
Mas nunca vou me desculpar
Porque eu adoro ser assim
Te esculpir
Quero engolir todo esse barro
Eu to enchendo
Vai transbordar o velho cálice
Me enjoa
Mas depois, quero o teu você dentro de um homem
Você que diz o que eu não quero ouvir
Que não é feito de textos mal decorados, destemperados
Eu cansei de te ler e de esperar
De me fazer e inventar
Errada, confusa, fácil, exata
Desperdício de papéis
Eu te acho em lençóis perfumadissimos
Enjoa
Ateie fogo com essa vela e me faça escrava do teu luar
Mas surpreenda porque eu não imploro!
És contraditório?
Prefiro ser mulher ao te ver tão infantil
Os ovos mal descascaram, tu vês?
Estou te achando dentro da certeza
Porque eu não te quero agora
Quero longe, em outras formas, tons e calor
Insuportável
Eu não quero te querer, te cuspir antes de comer
Te desejo tanto, eu te acho
Não desisti de desistir, me deixe bem aqui
Livre pra fugir
Toda hora, me beije longe do agora
Olhe pra mim sem piscar que eu me arrisco correr antes de encontrar
Do meu avesso transparente e previsível, te acolho
Meu sentir intenso
Meu amor grotesco
Meu ponto vital
Desequilíbrio

(18:20)

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